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quarta-feira, 27 de maio de 2009

PIB português é o mais baixo da Zona Euro

Eis mais um exemplo do que, ao longo dos séculos, a nossa situação periférica na Europa - realidade complexa a que me refiro no início deste blogue - nos foi causando, pelas mais variadas razões. Esta nossa crónica situação económica tem obviamente muitas explicações, evidentemente, e decorre essencialmente de posturas individuais e colectivas, de hábitos de trabalho, de questões relacionadas com o espírito de iniciativa ou ausência dele, com o conformismo perante o que se presencia, também com a escassez de recursos naturais internos, com factores culturais e talvez até genéticos, etc. Embora este artigo do PÚBLICO se refira a valores de 2007 e já esteja ultrapassado nalguns dos seus dados (até porque a actual crise financeira e económica veio alterar algumas posições), a realidade portuguesa fica aqui espelhada, pois pouco se alterou. Há quem diga que não temos dimensão geográfica e, por consequência, estrutural, para criarmos riqueza própria...Pergunto: e os Países-Baixos, com a sua poderosa indústria electrónica - por exemplo - cujos produtos são exportados para todos os cantos do mundo? E a Suiça, com a sua reconhecidíssima indústria de relojoaria, por exemplo, e tantas outras?
Abaixo, o artigo do Jornal "PÚBLICO":




Fonte: Eurostat


"O PIB per capita português é o mais baixo da Zona Euro
17.12.2007 - 17h10 Lusa
O Produto Interno Bruto (PIB) português medido em unidades de poder de compra situou-se em 2006 em 75 por cento da média europeia, sendo o mais baixo da zona euro, segundo dados do Eurostat publicados hoje no Luxemburgo.


O departamento de estatísticas europeu indica que o PIB português por habitante passou de 76 por cento da média da UE em 2005 para 75 por cento em 2006, nível que apresentava em 2004.


Portugal tem um dos valores mais baixos da UE a 27 e é ultrapassado por quatro Estados-membros que aderiram em 2004: República Checa (77 por cento), Malta (77 por cento), Chipre (92 por cento) e Eslovénia (88 por cento).


Entre os países que integram a zona euro, cujo rendimento médio é superior em 10 por cento à média da UE a 27, Portugal apresenta o PIB per capita mais baixo.


O PIB per capita medido em unidades de poder de compra variou em 2006 entre os 37 e os 280 por cento da média da UE a 27, voltando a agravar-se no seio da União o fosso entre os mais pobres e os mais ricos .


O Luxemburgo reforçou em 2006 a liderança desta classificação com um PIB por habitante duas vezes e meia superior à média da UE (280 por cento, contra 265 um ano antes), enquanto a Irlanda estava cerca de 50 por cento acima da média (146 por cento).


A Bulgária mantinha a última posição com um PIB equivalente a 37 por cento da média (contra 35 um ano antes).


A Holanda, Áustria, Dinamarca, Bélgica e Suécia situavam-se aproximadamente entre 20 à 30 por cento acima da média.


O Reino Unido, a Finlândia, a Alemanha e a França estavam entre 10 a 20 por cento acima da média, enquanto a Espanha, a Itália e a Grécia estavam na média.


Em Chipre e na Eslovénia, o PIB per capita estava 10 por cento abaixo da média dos 27, enquanto na República Checa, Malta e em Portugal ele era entre 20 a 25 por cento inferior. Estónia, Hungria e Eslováquia tinham rendimentos inferiores em 35 por cento, enquanto a Lituânia, a Letónia e a Polónia estavam entre 40 a 50 por cento abaixo.


A Bulgária e a Roménia apresentavam os rendimentos per capita mais baixos da UE (de 37 e 39 por cento respectivamente)."




Artigo do Jornal "PÚBLICO" cuja data não me foi possível apurar.

terça-feira, 26 de maio de 2009

SOMOS UMA PEQUENA ECONOMIA DEMASIADO FECHADA

O presidente da Associação Empresarial de Portugal, que falava na Âlfandega, no Porto, no seminário da AICEP no âmbito da Semana Europeia das PME - Pequenas e Médias Empresas, salientou que desde a adesão à União Europeia, a parcela da produção nacional exportada "aumentou uns meros 3,3 pontos percentuais, de 31,3% para 33,6%".


É uma evolução que o dirigente associativo compara com os números da Áustria, onde as exportações passaram de 35% para 60% do PIB entre 1995 e 2008.


Na sua intervenção, José António Barros manifestou, ainda, preocupação pela "excessiva concentração das nossas exportações num número reduzido de empresas". Os números que apresentou, relativos a 2006, mostram que em 350 mil empresas nacionais, apenas 28 mil tinham clientes no exterior e, neste grupo, as 20 maiores representavam 30% do valor das exportações.


Apontando o impacto do desequilibrio da balança comercial na dívida externa do país, o presidente da AEP sublinha que "quase metade do desequilibrio externo português é já devido aos rendimentos líquidos pagos ao exterior, que correspondem, na sua esmagadora parte, a rendimentos de capital".


Face a este diagnóstico, a AEP considera que a melhoria do saldo comercial exige ganhos de produtividade, "num contexto de moderação salarial", mas que mais do que produzir de forma eficaz, Portugal tem, também, de "vender eficazmente" e diversificar mercados.


É um cenário que exige a redução da dependência nacional da União Europeia, que chegou a superar 80% das exportações e onde o caminho sugerido pela AEP aponta alternativas como Angola, Singapura, Brasil e Rússia, países para onde as exportações nacionais cresceram já entre 20% a 30% em 2008.


Nota no final do artigo: Portugal é, a seguir à Grécia, o país da UE onde o peso das exportações no PIB é mais baixo, alerta José António Barros.


In: EXAME - EXPRESSO