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terça-feira, 26 de maio de 2009

SOMOS UMA PEQUENA ECONOMIA DEMASIADO FECHADA

O presidente da Associação Empresarial de Portugal, que falava na Âlfandega, no Porto, no seminário da AICEP no âmbito da Semana Europeia das PME - Pequenas e Médias Empresas, salientou que desde a adesão à União Europeia, a parcela da produção nacional exportada "aumentou uns meros 3,3 pontos percentuais, de 31,3% para 33,6%".


É uma evolução que o dirigente associativo compara com os números da Áustria, onde as exportações passaram de 35% para 60% do PIB entre 1995 e 2008.


Na sua intervenção, José António Barros manifestou, ainda, preocupação pela "excessiva concentração das nossas exportações num número reduzido de empresas". Os números que apresentou, relativos a 2006, mostram que em 350 mil empresas nacionais, apenas 28 mil tinham clientes no exterior e, neste grupo, as 20 maiores representavam 30% do valor das exportações.


Apontando o impacto do desequilibrio da balança comercial na dívida externa do país, o presidente da AEP sublinha que "quase metade do desequilibrio externo português é já devido aos rendimentos líquidos pagos ao exterior, que correspondem, na sua esmagadora parte, a rendimentos de capital".


Face a este diagnóstico, a AEP considera que a melhoria do saldo comercial exige ganhos de produtividade, "num contexto de moderação salarial", mas que mais do que produzir de forma eficaz, Portugal tem, também, de "vender eficazmente" e diversificar mercados.


É um cenário que exige a redução da dependência nacional da União Europeia, que chegou a superar 80% das exportações e onde o caminho sugerido pela AEP aponta alternativas como Angola, Singapura, Brasil e Rússia, países para onde as exportações nacionais cresceram já entre 20% a 30% em 2008.


Nota no final do artigo: Portugal é, a seguir à Grécia, o país da UE onde o peso das exportações no PIB é mais baixo, alerta José António Barros.


In: EXAME - EXPRESSO