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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Comemoração do 36º aniversário do 25 de Abril

Comemorou-se ontem o 36º aniversário do 25 de Abril de 1974, a Revolução dos Cravos. Por muito imperfeita que a nossa democracia seja (como tantas outras) é muito preferível a qualquer ditadura, com todas as suas violações dos Direitos Humanos (mesmo os mais elementares), com toda a sua corrupção forçadamente oculta e encoberta, com todo o seu nepotismo, com toda a sua prepotência, com todas as suas farsas eleitorais (lembram-se da Assembleia Nacional da ditadura salazarista, com membros eleitos em eleições falsificadas e em que apenas estava representado um "partido", o da chamada "União Nacional"?
E lembram-se da nefanda e abominável censura prévia aos meios de comunicação social (imprensa, literatura, cinema, teatro, rádio, televisão)? Precisa a nossa democracia de aperfeiçoamentos? Ninguém tem qualquer dúvida acerca disso. Tal como acontece com todas as outras democracias e com todas as outras obras humanas. Vamos a isso.

Não restam dúvidas de que o país se modernizou entretanto muito e nas mais diversas áreas.

Se hoje ainda somos de certo modo periféricos (apesar de pertencermos à União Europeia e dela termos recolhido ao longo destes anos de adesão inúmeros benefícios, como Fundos Estruturais destinados à modernização da Agricultura, das Pescas, da Produção Industrial, do Ensino e da Saúde, por exemplo), quanto mais periféricos ainda seríamos se, por sermos uma ditadura, não pudéssemos pertencer-lhe? Como seríamos olhados pelos restantes europeus? Como sobreviveríamos, ainda por cima nesta época de crise económica e financeira global?

Estaríamos mais isolados... Por sermos ainda uma ditadura, seríamos escarnecidos e desprezados... Ainda teríamos o escudo como moeda corrente. Escudo que estaria muito desvalorizado nesta altura, o que tornaria ainda mais difícil a nossa vida quotidiana. Estagnados, não teríamos qualquer réstia de esperança.
Por isso, os saudosistas do Estado Novo e mesmo da chamada Primavera Marcelista, estão profunda e obviamente equivocados.