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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Já se experimentou de tudo...



Já se experimentou de tudo... A economia liberal de mercado ou capitalismo puro e simples, e a economia socialista; o comunismo marxista-leninista, as economias mistas (um pouco de cada uma...), a social-democracia; etc. Quanto ao comunismo, a ex-União Soviética extinguiu-se e os russos acabaram por desistir dele, depois de o Estado soviético ter sido o que mais o propagandeou pelo mundo fora. Hoje, a Rússia é um Estado capitalista. Ao que parece, os russos concluíram que aquele sistema económico mais não era do que uma formosa e insustentável Utopia. Isto sem falar dos degradantes aspectos políticos e humanos que sempre ensombraram aquele sistema.
Nenhum destes sistemas resultou plenamente, e neste momento ninguém sabe lá muito bem onde vai arribar a economia mundial. O capitalismo nunca se assumiu como Utopia humanista - impossível lhe seria disfarçar-se disso - e sempre se apresentou como mecanismo puro e simples de produção e venda, e de insaciável mecanismo de obtenção de lucros máximos, sempre máximos, sempre em busca da produtividade e da rentabilidade máximas, sem outras preocupações que não eles, os ditos lucros, e elas, a produtividade e a rentabilidade máximas... (como o estão a fazer os chineses, num país dito comunista, de exploração máxima do factor trabalho, onde os trabalhadores nem sequer dispõem de sindicatos que defendam os seus interesses). Pouca ou nenhuma ética entra nisto. Poucos ou nenhuns valores éticos entram nisto. Só adventícia e aleatoriamente isso acontece.
No presente vive-se da dívida... Nós "exportamos" a nossa dívida. Os prestamistas aumentam as taxas de juro e as dívidas crescem... Não há sistema económico nem sistema financeiro que aguente assim muito tempo. Qualquer que ele seja. O sistema bancário abusa mas tremelica... Em 2010, só nos Estados Unidos, faliram 111 Bancos e espera-se que neste ano de 2011 o número de falências bancárias seja ainda superior. Talvez tenhamos de regressar à economia de trocas, sem existência da invenção que foi o dinheiro, o sistema monetário... É que, numa situação assim, o papel-moeda deixa de ter significado e passa a ser uma abstracção. Assim como as barras de ouro, que brilham e rebrilham mas não dão fruto em termos produtivos. Apenas beneficiam os especuladores e podem representar a última garantia da solvabilidade de um Estado. E lá se vão os Bancos e os seus lucros desmesurados.
Já tivemos situação análoga em 1929: foi a Grande Depressão. The Big Crash. Eis aqui um interessante vídeo (com som) acerca do que ela foi (aguardar um pouco. O vídeo acabará por surgir um pouco depois de se clicar sobre o link abaixo):

http://www.pbs.org/wgbh/americanexperience/films/crash/player/

Será que o Criador terá de criar um novo Homem, com outros valores e bens menos físicos e materiais? Difícil será convencer este último a ser feliz sem os actuais e múltiplos bens físicos !! Mas poderá não haver alternativa senão a "Pedra lascada"... Deixo a sugestão à reflexão do Criador ! Aqui para nós, Ele, que é a sabedoria máxima, bem podia ter previsto o que se está a passar e, assim, livrar-nos de mergulhar num imbróglio destes... conferindo-nos almas menos insaciáveis.
Os tempos não estão para brincadeiras... Naqueles anos saiu-se da Grande Depressão (ou Big Crash) com as políticas do New Deal, implementadas pelo Presidente Franklin Delano Roosevelt nos Estados Unidos:  
- promoveu-se a destruição dos stocks excedentários de produtos agrícolas, como algodão, trigo e milho, a fim de conter a queda dos respectivos preços;
- promoveu-se o controlo sobre os preços e a produção, para evitar a superprodução na agricultura e na indústria;
- promoveu-se a diminuição do número diário de horas de trabalho, com o objectivo de criar novos postos de trabalho. Por outro lado, fixou-se o salário mínimo e criaram-se o seguro-desemprego e o seguro-velhice (para os maiores de 65 anos). As políticas de intervenção estatal ou pública começaram a ser adoptadas primeiro nos Estados Unidos, com o anúncio  de uma série de medidas pelo presidente Franklin Roosevelt, as medidas referidas acima (New Deal ou Novo Acordo, Novo Contrato ou Novo Regime) medidas essas que foram sendo concretizadas a partir de 1933. Eis as mais importantes:
  • o controlo dos Bancos e instituições económicas e financeiras;
  • a construção de obras públicas, como certas infra-estruturas, para a criação de empregos e para o incremento do mercado consumidor;
  • a concessão de subsídios e de crédito agrícola a pequenos produtores familiares;
  • a criação da Previdência Social, que estipulou um salário mínimo, além de garantias a idosos, desempregados e inválidos;
  • o controlo da corrupção no governo;
  • os incentivos à criação de sindicatos para aumentar o poder de negociação dos trabalhadores e a facilitação da defesa dos novos direitos instituídos.
Este tipo de medidas (quase todas, ou mesmo todas, de carácter social) era impensável até aí numa economia liberal e foi então que surgiu o keynesianismo - de John Maynard Keynes, economista britânico - que o explicou na sua obra Teoria geral do emprego, do juro e da moeda - General theory of employment, interest and money, teoria que veio a ser contestada mais tarde, principalmente porque continha ideias e fórmulas que se opunham a certos grandes interesses económicos estabelecidos, como o investimento público em grandes obras, e o intervencionismo público na fixação de taxas de juro, por exemplo, para estimulação da economia.
 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Não há dúvida que é de lamentar. Quem poderia não o apreciar?
Um grande jornalista e um homem de vasta cultura e bom gosto. Falta colocar aqui a sua biografia e referir a sua vasta obra.

"Ministério da Cultura lamenta morte de Carlos Pinto Coelho

Lisboa, 16 dez (Lusa) -- O Ministério da Cultura lamentou hoje a morte do jornalista Carlos Pinto Coelho, ocorrida na quarta-feira, em Lisboa, na sequência de complicações de uma intervenção cirúrgica de urgência.
"Prestigiado jornalista", Carlos Pinto Coelho "trilhou um percurso de mais de quatro décadas na imprensa, na rádio e na televisão", refere um comunicado do Ministério no qual a ministra e o secretário de Estado expressam, em seu nome pessoal e do Governo, profunda consternação e pesar pela morte do jornalista.
"A ação muito relevante que desenvolveu em prol da divulgação das artes, da cultura e da língua portuguesa, mas também da cultura lusófona, são reflexo de um homem culto e sensível, profundo humanista e comunicador nato, que cultivou um estilo muito próprio e cujo súbito desaparecimento empobrece insanavelmente o panorama cultural português", acrescenta o documento."

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Mais de 500 mil trabalhadores portugueses em risco de pobreza

Um estudo do Observatório das Desigualdades do ISCTE revela que mais de 500 mil trabalhadores portugueses estão em risco de pobreza. Esta é uma das principais conclusões do estudo apresentado no Auditório Afonso de Barros, no ISCTE-IUL, Ala Autónoma, no livro “Desigualdades Sociais 2010. Estudos e Indicadores”.

O estudo, divulgado em forma de livro pelo Observatório das Desigualdades do ISCTE, com apresentação de Jorge Sampaio e Diogo Freitas do Amaral, alerta para os mais de 500 mil trabalhadores que estão bem perto de atingirem o limiar da pobreza, mas também para o facto de quase um quarto dos menores de 18 anos viver em situação de pobreza.

O livro «Desigualdades Sociais 2010. Estudos e Indicadores», coordenado por Renato Miguel do Carmo, revela ainda que Portugal é um dos países da Europa em que mais se nota a disparidade da distribuição de rendimentos.

Para os autores do estudo, o desemprego é actualmente a questão central que Portugal enfrenta porque há o sério risco de contribuir para uma sociedade mais desigual e de agravar os problemas estruturais de país.

No estudo é ainda revelado que o rendimento e a escolarização dos trabalhadores portugueses estão muito aquém da média da União Europeia e a situação tornou-se um ciclo vicioso que leva à pobreza já que "a distância que Portugal tem em relação a outros países é muito grande".

O coordenador do projecto revelou em declarações à agência Lusa que "Portugal sempre se caracterizou por ter salários baixos e, portanto, ter um contrato de trabalho estável não quer dizer que tenha um rendimento razoável. Há muita gente empregada em situação de pobreza".

Os baixos salários e a diminuta escolaridade dos portugueses são ainda, segundo Renato Miguel do Carmo, "os dois grandes motores das desigualdades em Portugal" e "um ciclo vicioso que tem repercussões ao nível da pobreza, do desemprego, da mobilidade social e o que nós queremos é chamar a atenção para este carácter de permanência das desigualdades".

O Observatório das Desigualdades revela ainda na apresentação do livro que este teve “como princípio orientador o equilíbrio entre a necessidade de, por um lado, promover uma divulgação mais alargada de informação estatística relevante e de, por outro lado, integrar um conjunto de contributos diversificados que, a partir de investigações realizadas ou em curso, desenvolvam análises mais pormenorizadas sobre diferentes sectores da sociedade”.

Os dados revelados referem-se a informação disponibilizada recentemente pelos diversos institutos e organizações nacionais e internacionais e que as “cinco áreas temáticas abordadas revelam precisamente esse carácter multidimensional das desigualdades: disparidades de rendimento, pobreza, emprego e desemprego, educação e saúde”.

A maior parte dos contributos refere-se a investigação desenvolvida nos três centros que formam o Observatório das Desigualdades e focam temáticas tão diferenciadas como a pobreza, a educação (em vários ciclos de ensino), a saúde, a precariedade, o desemprego, a imigração, os territórios (incidindo sobre diferentes escalas), as diferenças de género, as classes sociais, etc.

(Texto retirado de noticias.rtp.pt)

 

Já era sabido, mas está aqui a confirmação

Growing US budget deficit is the greatest threat to the country's prosperity and security, President Obama's Debt Commission warned, as it recommended sweeping spending cuts and tax reforms
Tradução:
O crescente défice orçamental dos Estados Unidos é a maior ameaça à prosperidade e segurança do país, alertou a Comissão da Dívida do Presidente Obama, ao recomendar cortes generalizados na despesa e reformas fiscais