Há quem me fale da periferia da Islândia, apontando-a como exemplo de país periférico com índices económicos e culturais notáveis. Islândia que tem uma taxa de analfabetismo de 0%. Pois essa Islândia está hoje falida, insolvente, tal como a Estónia. Antes da crise financeira internacional possuía um nível de vida inultrapassável, apesar da sua situação extremamente periférica. Eis o que tenho a dizer sobre o assunto:
1) A Islândia foi uma província da Dinamarca (e, antes,da Noruega) até adquirir a independência creio que por volta de 1926. Até então houve uma espécie de osmose entre as duas culturas.
2) A economia islandesa - uma economia social de mercado que beneficia os seus cidadãos com generosos subsídios para habitação, por exemplo - sempre se baseou essencial e quase exclusivamente - até hoje - na actividade das pescas (98% do PIB), nos produtos derivados da pesca e na exportação destes produtos, muito especialmente para os Estados Unidos. Apenas desde há poucos anos começou a diversificar a sua economia para áreas industriais específicas de pequena dimensão. Porquê? Dever-se-á isso exactamente à sua situação periférica? As pescas são uma actividade humana ancestral, tradicional. Aquele povo nórdico, isolado do resto da Europa, entregou-se desde cedo a esta actividade económica tradicional e permaneceu apegado a ela durante séculos. O seu isolamento em relação ao resto da Europa também não contrbuiu para a atracção/captação de investimentos estrangeiros que promovessem a diversificação das actividades económicas.
Actualmente - devido à crise internacional vigente - a Islândia não possui recursos financeiros para pagar a sua dívida externa (principalmente ao Reino Unido e à França), e já teve de recorrer a empréstimos do FMI, com elevadas taxas de juro). Os seus três maiores Bancos abriram falência no final de 2008. Foram criados pelo Estado novos Bancos, geridos por este, para estabilizar o valor da moeda (Krona) e para garantir depósitos externos existentes nos Bancos islandeses.
Espera-se que a taxa de desemprego ultrapasse os 10% em 2010. Existe agora uma forte corrente de opinião a favor da adesão à União Europeia e da adopção do Euro.
Entre outras consequências, a periferia tem destas coisas...
Consequências culturais, sociais, temperamentais. históricas, sociológicas, económicas, etc. da periferia de Portugal na Europa. Outros diversos temas serão também tratados, que não cabem no título deste blogue. Citação: A inspiração chega de formas imprevisíveis, Richard Zenith, no Prefácio ao Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa, Editora Assírio & Alvim.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
E subitamente há factos que nos surpreendem...
É verdade! Subitamente tomamos conhecimento de factos que nos surpreendem pela positiva : escute-se esta óptima interpretação do conhecido Concerto de Varsóvia, de Richard Addinsell, pelo pianista português André Vaz Pereira, no Teatro Aveirense, acompanhado pela orquestra da Sociedade Musical Gouveense. Repare-se também que esta orquestra é constituída por elementos muito jovens ! É de muitas "excepções" destas que o nosso país necessita. É claro que possuímos excelentes outros intérpretes e compositores de música erudita (nem é necessário citá-los pois são muitos e variados), mas estes distinguem-se pela sua juventude e por ainda não possuírem a fama dos outros. Hão-de lá chegar.
Nota: para poder visionar o vídeo anexo no YouTube, é necessário ter instalado no computador os programas/softwares, JAVA e Adobe Flash Player (deste, a Versão 9 ou 10)
http://www.youtube.com/watch?v=_bOD0Qt1FXM
Nota: para poder visionar o vídeo anexo no YouTube, é necessário ter instalado no computador os programas/softwares, JAVA e Adobe Flash Player (deste, a Versão 9 ou 10)
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