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domingo, 23 de setembro de 2012

Uma das qualidades mais admiráveis de um ser humano é ter um perímetro de curiosidade, de ânsia de saber, o mais vasto e amplo possível.
Mesmo que esse novo saber fique fora dos seus focos de interesse quotidianos, obrigatórios. Saber sempre e cada vez mais deverá ser o seu objectivo.
Procurar o vértice. Vértice esse que talvez nos vá levando a aproximar do Criador de tudo o que nos rodeia e que é um enigma que qualquer ser humano sempre procurou desvendar, não resignado com o enigma. Atrevo-me a dizer: exista ou não, esse Ele Criador.
Em todos os âmbitos da realidade humana, em todas as esferas que até nos possam afectar a vida.
E, especificamente, no âmbito da actualidade há sempre um nicho, ao longo de um dia, para procurar saber, para ver e entender o que se passa, para conversar sobre isso. O ter actividades obrigatórias noutras áreas, no dia a dia, não impede que se não queira saber o que vai acontecendo, mesmo nas áreas do que não nos é obrigatório, ou parece estar fora dos nossos interesses imediatos.
Um dos factores que fazem com que este país seja um dos menos desenvolvidos da Europa é a falta, de certo modo exagerada, de curiosidade, de interesse, e de procura do saber amplo, vasto, mesmo que ele se situe fora da esfera imediata dos nossos interesses . Todos sabemos que, felizmente, o nível de alfabetização no nosso país melhorou exponencialmente no decurso dos últimos trinta anos. É de louvar e de agradecer aos revoltosos que, no 25 de Abril de 1974, nos libertaram da asfixiante ditadura salazarista que tanta opressão causou e que tanto crime praticou através da sua polícia política, a PIDE, depois DGS já na era marcelista. Contudo, uma realidade é a alfabetização, e outra é a amplitude e a diversidade dos conhecimentos da população em geral. Veja-se por exemplo, a base de dados Pordata: Número de utilizadores de bibliotecas por mil habitantes

http://www.pordata.pt/Portugal/Bibliotecas+utilizadores+por+mil+habitantes+%281960+2003%29-589
 

Esta busca do saber é ainda mais premente nesta época ímpar em que vivemos. Está em jogo o nosso futuro e o dos nossos descendentes! Mesmo que nada possamos fazer para modificar as estatísticas e a realiadde, ou porque já somos idosos, ou porque temos problemas de saúde, ou porque não temos aparente poder para modificar seja o que for. Pelo menos demonstramos que estamos ainda vivos. Se pudermos, demonstre-mo-nos, por exemplo, em manifestações públicas. Para que nos vejam. Para que não pensem que são só eles, os que dizem governar-nos, que ainda por cá andam a impor-nos as suas leis, tantas vezes cegas, iníquas e desumanas. As suas leis geradas por cálculos numéricos e em que o Ser humano não é mais do que um algarismo.

Mas, talvez acima de tudo, para aproveitarmos o espírito e a alma que o Criador, ou a tal energia do Universo, não sabemos como, nos conferiu. Para que Ele, ou a energia que o representa, vejam que lhes VALEU a pena ter-nos criado. E para lhes demonstrarmos que não somos amorfos, inertes e vazios, como folhas mortas e sem esperança, caídas de uma árvore no despontar do Outono.

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